O presente trabalho foi fundado em 2011, à época, como um blog na plataforma blogger; desde sua fundação, <<por uma vida devocional>> foi seu mote e sua natureza foi ser de confissão anglicana. O blog foi roubado em 2012, mas silencio o nome do ladrão a fim de evitar o caminho dos que julgam fazer justiça quando, na verdade, estão se portando como justiceiros. Oro, apenas, para que o ladrão se arrependa e um dia devolva-me o blog como sinal de arrependimento e assim, quem sabe, a convivência seja outra vez possível. 

Por ora, no entanto, a prudência pede para que eu evite o convívio com o ladrão e seus cúmplices. Afinal, enquanto não reconhecem o que fizeram, tenho eu, por minha vez, que reconhecer haver -  no mínimo - um jugo desigual entre nós; de modo que prefiro não correr o risco de mais uma vez ser roubado, já que para eles está tudo bem e, sendo assim, dão a mim sinais de que -  se julgassem necessário - fariam novamente o que fizeram. Por sinal, ao não devolver o blog, o ladrão reitera o roubo dia após dia. 

Oro a Deus para que, mesmo em face à insistência do ladrão e seus cúmplices em fingirem que nada aconteceu, eu mantenha minha posição e aguarde da parte de Deus a justiça; se você, leitor(a), prefere acusar-me de ser vingativo, eu responderia da seguinte maneira: melhor cair na mão de Deus do que na mão de um homem, sobretudo na mão de um homem mau como eu. Sim, eu sei que sou mau, e se não vivo entregue às minhas maldades é porque Deus é bom e derrama sobre mim sua graça. Repito aqui o que escrevi a uma certa pessoa sob forte comoção, aos 18 dias de agosto de 2020: 

[...] diante da sua resposta, está evidente que entre nós há um jugo desigual, de modo que não há caminhada possível. Como eu disse, as contas não serão acertadas comigo. Não digo isso em tom de ameaça, pois ao entregar minha causa na mão do meu advogado não quero dizer que desejo que Ele venha ser seu carrasco; se sobre você, bem como sobre todos os demais, ele decidir derramar benção sobre benção e bum sobre bum, que assim seja. Portanto, quando digo isso, digo porque tenho esperança de ao entregar tudo na mão daquele é amor, eu possa vencer o mal com o bem. Isso, no entanto, não significa que eu vá outra vez jogar pérolas aos porcos. Decidi ser sagaz como as serpentes e simples como as pombas. 

O trabalho com o lecionário anglicano, portanto, é um exercício pessoal de vida devocional e resistência ao mal que habita em mim: anelo persistir no serviço sem fazer dele um ato de vingança e competição. Infelizmente, o ladrão e seus cúmplices, não obstante o sucesso que até aqui tiveram, parecem não fazer o mesmo exercício. A retomada deste trabalho é, destarte, uma entrega de tudo o que faço nas mãos daquEle que é Amor. 

A caminhada de quem segue os passos de Jesus de Nazaré, o Cristo, é a caminhada da responsabilidade, não havendo espaço para a terceirização  da responsabilidade do que se diz e faz; de modo que tudo o que faço aqui diz sim muito a meu respeito. Cada link escolhido como útil, cada texto, cada podcast, cada ato,  tudo o que faço, faço em primeira pessoa, pois não há, entre os discípulos de Jesus, lugar para a pseudo impessoalidade. Assim, tudo aqui é pessoal e tem minha assinatura. Não me escondo atrás de uma marca, tradição  etc., e tampouco dissimulo minhas responsabilidades.

O discernimento acima, faço-o - portanto - ciente das minhas responsabilidades, e cônscio de sua gravidade; assim, sendo meu o discernimento, sei também que não é necessariamente coincidente com o discernimento daquEle que é Amor, o qual teve, tem e sempre terá a exclusividade para dizer quem somos. Reitero: Deus é bom, eu não. 

Posto isso, acredito que possa finalmente dizer: a história do presente trabalho é uma história de perdão, e perdão à luz daquEle que é Amor, posto que é dado antes mesmo que os que me ofenderam manifestem qualquer arrependimento; também é uma história de perdão à luz daquEle que é Amor por dar-me forças para por fim ao ciclo de abusos que fizeram em nome dEle, sem - no entanto - estar interessado na condenação do meu próximo, posto que o Amor daquEle que é Amor me livra do mal que habita em mim e do mal que habita em outrem.  Trata-se da história de uma oração na qual se pede a Deus que perdoe aqueles que me ofenderam; portanto, a história da intercessão do ofendido em favor do ofensor e também a história de uma oração na qual peço a Deus que não mais venha eu a passar por coisa semelhante. 

Assim é o Amor daquEle que é Amor: impede-me ser carrasco e livra-me de ser capacho.  

Paz sobre todos: ofendidos e ofensores. 

A partir de dezembro de 2023 a missão do presente ministério passa a estar subordinada ao contexto missional da CUCA - Capelania Universitária e Corporativa Anglicana. 


// Rev. Moacir Gabriel